Vem te rindo 2012

Um início de década promissor. Os anos 10. Eles nunca foram particularmente bons nos últimos séculos, mas e daí? Eu acho que os anos 10 serão os melhores anos do século XXI, até prova em contrário.

E já este primeiro exemplar foi tão bom que quase dá vontade de não querer sair dele. Não sair de 2011. Sinto que é um ano que não merece ser arrancado da parede e virar memoria. Mas já que a opção ficar em 2011 é meio radical demais, o máximo que me permitirei fazer é deixar a folhinha lá, pregada na parede, atrás da nova.

Foi ano de testar os limites da resiliência: Mudei de emprego, mudei de casa, mudei de atitude, embora permanecendo o mesmo. Fiz as mudanças dentro de fronteiras bem definidas. Não confundir com o indefectível “deixa como está para ver como é que fica”. Mudei mesmo, aliás, se não tivesse mudado é que teria deixado de ser eu. Deu para entender? Pois é.

No fundo, no fundo, quem muito quer mudar radicalmente acaba por criar dentro de si os mecanismos que gerarão a autodestruição logo em seguida. Por isso vi mitos caírem e gigantes despencarem do alto de seus pedestais.  Que o digam os plantadores de primaveras do Egito, da Síria, até da Rússia. A primavera na tundra é algo raríssimo, saibam todos.

Este ano exauri a coleção de CDs: Levei ao todo 214 horas para voltar do trabalho, incluindo feriados.  Consumi troucentos quilos de CO2 parado no transito enquanto ouvia Chico, Jobim e outros bambas. Preciso renovar o estoque, e ficar mais sustentável. Já falo dessa parte.

Mas não fiquei só parado, todo o contrário, voei até demais.  Passei voando por muitas coisas, por temas que deveria ter visto melhor, por páginas de livros bons e por algumas amizades que deveria ter cultivado mais. Mas principalmente passei voando pelo triângulo mineiro.  Umas 15 vezes. Ô trem!

E andei muito na marcha certa também. Curti lentamente prazeres inenarráveis, sabores indescritíveis, odores absolutamente inebriantes, vi cores deleitantes e senti na pele arrepios mágicos.

Socializei a mil. Mais de 1000 contatos no LinkedIn e no Facebook.  Nenhuma agencia me rebaixou, meu risco segue mais que standard, nada poor, I hope. 

Mas rolou de tudo mesmo neste 11: rolou churrasquinho na laje, rolei no tapete. Só não rolou Rolex.

Mas, ainda que abatido, entrego-me ao inevitável:  vou para o 12. Vou enfrentar os Maias, dizem.  E se vieram os Astecas e alguns outros estrangeiros, enfretarei-os também, com toda galhardia.  Enfrentarei (preparem-se cinéfilos!) a tatuagem do dragão, o morcegão e o pequeno homem e tudo o mais o que vier. Não deixarei passar nada.  

Apenas tentarei ser mais sustentável a partir de agora. (não falei que falaria disso?) Sustentarei teses inéditas, erguerei castelos de areia, não cobiçarei nada além do que posso carregar eu mesmo. Mas me sinto uma jamanta, vou logo avisando.

E vou continuar sonhado a futura realidade e implementando sonhos do passado no próximo presente.

Sorry, Kundera, mas quanto mais leve o ser, mais sustentável ele é.  

Vem 12, vem te rindo.

2 thoughts on “Vem te rindo 2012”

  1. Aquele menino criativo que jogava carrinho de ferro pela janela do terceiro andar de um prédio na Protasio Alves, em Porto Alegre, para ver até onde ele chegaria, cresceu, estudou e aprendeu a viver. As mudanças são necessárias para nos motivar e continuar na luta para atingirmos nossos sonhos. Conheci aquele menino, ajudei a atirar carrinhos pela janela, acompanho de longe o pai e profissional que se tornou e agora filósofo, parabéns. Que venha 12 mais colorado que nunca. Abraços Jeferson L P. de Moura (jú).

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